Só por uma noite!

Ele em uma roda de amigos discutindo sobre futebol e falando de mulheres. Ela por sua vez em uma roda de mulheres analisando o figurino de cada um. Suas córneas vão de lado a lado, procurando se encontrar em meio ao desconhecido. Mais em uma fração de segundos eles se olham. Ela subitamente contrai o lábio superior direito da boca e leva o cabelo atrás da orelha, então eles piscam e cada um volta a sua vida real. Seguro de si, desejoso, mais com uma breve curiosidade resolve olhar novamente, e ela está lá, linda, radiante. Mãos sem qualquer tipo de adorno, segurando apenas uma taça de champanhe. Ruiva, não, a luz está baixa, loira, não, morena, isso sim, mais ou menos dezessete, dezoito anos. Então ele toma uma decisão e vai até ela. A expectativa foi criada, por isso sabe que não deve falhar. Aproxima-se e ela sorri. Pergunta seu nome e descobre que é familiar. A exclui das demais amigas, facilitando assim o assunto. Descobre coisas em comum. Descobrem que terão a mesma profissão. Ele se faz parecer engraçado. Ela ri do que ele diz. Esqueci de mencionar que era uma festa de quinze anos, e na tradição dança-se valsa, então ele a convida para dançar. Eles vão pra pista de dança e o fim dessa noite parece estar desenhado. Dançam juntinhos, sussurrando palavras no ouvido, a essa hora a imaginação esta a mil. Os lábios enfim se tocam. A festa acaba, mais a noite não. Ele oferece carona, e a leva para casa. Ela o convida e ele entra. Com uma musica de fundo fica tudo mais fácil e bonito. Eles dançam novamente, as mãos já não dão mais satisfação ao cérebro, age por conta própria. A adrenalina sai de cena e entra o feromônio e a endorfina. A partir daí as pupilas se dilatam, as artérias se contraem, a temperatura sobe, o coração dispara, a produção de sangue aumenta. A pressão vai para as nuvens, a respiração fica rápida e superficial, o cérebro manda impulsos elétricos sabe lá de onde pra onde. Ocorrem secreções em todas as glândulas e os músculos se contraem como se levantasse 3 vezes o peso do seu corpo. É violento, é feio e é confuso, e se Deus não tivesse feito ele tão divertido, a raça humana já teria desaparecido a muito tempo. O sol nasce novamente, ela acorda e a cama esta vazia. Ele foi embora deixando a saudade, a felicidade e um pequeno pedaço de papel amassado que dizia:  (clique aqui) .

Por: Jonas Mendes